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Pergunta: Quem foi Gandhi?

Resposta:
Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em 1869 em uma família indefinida no oeste da Índia, mas quando morreu, em 1948, era um dos maiores líderes políticos da história da humanidade. Sua influência e seu caráter eram tão fortes que, em meados de seus quarenta anos, ele já era chamado pelo título de "Mahatma", que significa "grande alma". Durante sua vida, ele também foi chamado com reverência de Ghandi-ji, ou mais comumente de Bapu, ("pai"). O legado de Gandhi baseia-se em seu compromisso com a revolução não violenta - ou satyagraha - por meio da qual ele ajudou a Índia a obter a independência do Império Britânico. Seu aniversário é comemorado na Índia como Gandhi Jayanti e em todo o mundo como o Dia Internacional da Não-Violência.

Aos treze anos, Gandhi se casou por acordo com Kastur Kapadia, de quatorze anos. Ela continuaria sendo sua esposa até sua morte, sessenta e um anos depois. Gandhi frequentou a faculdade de direito em Londres, na Inglaterra, mas teve dificuldades como advogado de julgamento, pois achava difícil contestar testemunhas no banco dos réus. Ele então se mudou para a África do Sul. Por mais de vinte anos, Gandhi lutou contra a discriminação racial e religiosa. Ele estava particularmente incomodado com o racismo institucional que parecia acompanhar o controle britânico sobre seus territórios. Durante esse período, Gandhi começou a pedir uma revolução não violenta como forma de desafiar a autoridade. Seus esforços na África do Sul lhe renderam grande respeito e um grande número de seguidores.

Gandhi retornou à Índia, na época ainda um território britânico, e começou a trabalhar diretamente na política. Seu principal objetivo era uma Índia totalmente independente, sem nenhum controle do governo britânico ou de outros governos estrangeiros. Seu método para atingir esse objetivo foi o satyagraha, que significa aproximadamente "revolução não violenta". Essa abordagem se concentra no pacifismo e na diplomacia, escalando para a não cooperação quando a razão e a submissão não funcionam. Após décadas de luta, prisões intermitentes e reveses, bem como quatro tentativas fracassadas de assassinato, o objetivo de Gandhi foi finalmente alcançado em 1947, quando foi concedida à Índia a independência total.

O quinto encontro de Gandhi com um assassino foi o último, quando o militante hindu Nathuram Godse atirou três vezes em seu peito em 1948. Menos de seis meses depois de realizar seu sonho de autogoverno indiano, Gandhi estava sendo pranteado em todo o mundo.

É interessante notar que Gandhi, um hindu, foi fortemente influenciado pelo ministério terreno de Jesus de Nazaré. A compaixão pelas questões sociais é estranha à visão de mundo hindu clássica, e a perspectiva social de Gandhi foi produto de suas experiências com cristãos e outros. Gandhi também via o método de persuasão não violenta de Jesus como o epítome do satyagraha. Em particular, Gandhi valorizava o compromisso moral de Jesus de não apenas conquistar uma cultura, mas de convertê-la. Gandhi percebeu que essa era a única maneira de efetuar uma mudança real e duradoura: uma transformação completa no pensamento. A morte de Jesus na cruz, na visão de Gandhi, foi a maior expressão possível de satyagraha da humanidade: sofrimento voluntário, autossacrifício e não-violência em favor dos outros.

Embora tenha sido aclamado como um grande líder moral e uma figura transformadora, o legado de Gandhi é marcadamente diferente do de Jesus. A moral de Gandhi às vezes era conflitante, até mesmo contraditória. Por exemplo, embora ele defendesse apaixonadamente a não-violência, a eficácia desses esforços dependia de um poder governante sensível a argumentos morais. Seus apelos ao pacifismo irrestrito e à submissão diante de regimes fascistas, como as potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, foram vistos como ingênuos e irrealistas (consulte Lucas 22:36). E, quando as evidências da extensão do Holocausto foram reveladas, as sugestões de Gandhi pareceram ainda mais irracionais.

Além disso, o próprio Gandhi não estava livre de um comportamento moralmente questionável. Embora os detalhes sejam muitas vezes mal compreendidos, Gandhi passou algum tempo em seus últimos anos compartilhando sua cama com jovens nuas, inclusive filhas de membros da família. Seu objetivo alegado para isso era testar seu compromisso com a abstinência sexual, apesar de ser casado. Esse comportamento foi extremamente controverso, mesmo entre os admiradores mais fervorosos de Gandhi. Biblicamente, somos instruídos a não buscar propositalmente a tentação (Lucas 11:4) e também não devemos privar o cônjuge da intimidade física (1 Coríntios 7:5).

Assim como Jesus, Gandhi se manifestou contra a violência (Mateus 26:52), a ganância (Lucas 12:15), a opressão (Lucas 4:18) e a hipocrisia (Mateus 23:28). Gandhi reconheceu a necessidade de um líder se identificar com as pessoas (Mateus 11:19) para realmente mudá-las (João 3:7). Entretanto, Gandhi não abraçou totalmente a importância espiritual de Jesus Cristo. Quando jovem, ele se referia ao hinduísmo como um "consolo"; ao envelhecer, Gandhi disse que estava preso "no lamaçal do desânimo. Tudo ao meu redor é escuridão; estou orando por luz". Sua moralidade se concentrava no fato de cada pessoa trabalhar em seu próprio aperfeiçoamento (Efésios 2:8-9) sob um senso hindu de carma (veja Hebreus 9:27).

A introspecção de Gandhi de que a cultura precisa ser transformada, e não meramente controlada, precisava ser aplicado até o coração de cada ser humano (Romanos 12:2), incluindo o seu próprio. Sem a transformação de Cristo, nossos esforços são, no final das contas, apenas tropeços na escuridão (Mateus 6:23; João 8:12).



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