Pergunta: "Quais são alguns exemplos de raciocínio circular em questões que os cristãos debatem?"
Resposta:
Simplificando, o raciocínio circular é uma tentativa de apoiar uma afirmação ou declaração, repetindo-a em termos diferentes ou mais fortes. O raciocínio circular é uma lógica falsa e aparece em muitos campos onde são feitas suposições e pressuposições. Um exemplo clássico é a datação dos fósseis pelos evolucionistas de acordo com os estratos rochosos em que são encontrados, ao mesmo tempo datando os estratos de acordo com os “fósseis-índice” que eles contêm. Datar uma rocha com base no fóssil que ela contém só funciona se for assumido que a evolução é verdadeira. Como um paleontólogo admitiu: “Para a maioria dos biólogos, a razão mais forte para aceitar a hipótese evolucionária é a aceitação de alguma teoria que a envolve” (David G. Kitts, “Paleontologia e Teoria Evolutiva”, em Evolução, setembro de 1974, p. 466, livro em inglês).
Às vezes, os cristãos também recorrem ao raciocínio circular. A afirmação “Eu acredito que a Bíblia é verdadeira porque a Bíblia diz que é verdadeira” pode fazer todo o sentido para um crente – é uma afirmação baseada na fé – mas em um argumento lógico seria considerado um raciocínio circular. A afirmação usa sua afirmação para provar sua afirmação. Céticos e críticos do Cristianismo costumam alegar que os cristãos usam o raciocínio circular para defender suas crenças bíblicas. Tais críticas são em grande parte falsas; no entanto, devemos ter o cuidado de usar métodos de raciocínio válidos em apoio à verdade.
Outro exemplo de raciocínio circular relaciona-se com a existência de Deus. Alguns cristãos argumentam que Deus existe porque a Bíblia diz que Deus existe – e, como Deus escreveu a Bíblia, deve ser verdade. Esse argumento é problemático do ponto de vista puramente lógico, pois baseia a crença na existência de Deus na crença cristã de que a Bíblia vem de Deus.
A Bíblia presume a existência de Deus e afirma ser a verdade (Gênesis 1:1; Salmo 33:4). Essas declarações devem ser tomadas com fé, o que não deve surpreender ninguém. A Bíblia diz que a fé é necessária. Sem fé, é impossível agradar a Deus, e a fé é o fundamento da vida cristã (Hebreus 11:6; Romanos 1:17).
Ao mesmo tempo, existem muitos argumentos sólidos e lógicos para construir um caso plausível para a crença cristã. A existência de Deus pode ser deduzida da existência da criação (Salmo 19:1), e a veracidade da Bíblia através de evidências históricas (João 10:37-38). O raciocínio circular é desnecessário. Podemos utilizar uma combinação de dados bíblicos, raciocínio lógico, filosofia e evidências históricas e científicas para apresentar o melhor caso possível em relação ao ensino cristão. Muitos autores cristãos têm escrito defesas da fé, incluindo C. S. Lewis, Josh McDowell, Lee Strobel, Norman Geisler e outros.
A Bíblia desafia os cristãos a estarem preparados para explicar a esperança que temos. “… estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo” (1 Pedro 3:15-16).
Em última análise, a Bíblia deve ser aceita pela fé, e somente a Palavra de Deus é que tem o poder de mudar vidas (João 17:17). Uma pessoa pode ser aproximada da verdade por meio do raciocínio lógico? Sim. Uma pessoa pode aceitar a verdade do Cristianismo sem fé? Não.