Resposta:
O "sagrado feminino" é um movimento religioso que enfatiza a feminilidade como sendo mais próxima da divindade do que a masculinidade. As pessoas da tradição do sagrado feminino adoram a beleza feminina e o poder da reprodução sexual. O sagrado feminino pressupõe que as mulheres, por meio da capacidade de gerar filhos, são mais "sagradas" do que os homens. Os homens só podem vivenciar o sagrado feminino, espiritualmente, por meio da relação sexual. Os defensores do ponto de vista do sagrado feminino variam de pseudocristãos a feministas radicais, adoradores de deusas e bruxas Wicca. Sugestões do ponto de vista do sagrado feminino podem ser vistas na Bíblia com os exemplos de prostituição ritual (Gênesis 38:21-22; Oséias 4:14) e adoração da deusa (Jeremias 44:17-25; 2 Reis 23:7). Outros exemplos podem ser vistos nos rituais de fertilidade da Páscoa e em alguns aspectos da mariologia.
Em O Código Da Vinci, o autor Dan Brown aponta repetidamente para "o sagrado feminino". Sua teoria infundada e sem base é que a missão de Jesus era gerar filhos por meio de Maria Madalena, produzindo assim uma linhagem "real". De acordo com Brown, Maria Madalena era o "santo graal" que carregava o sangue de Jesus, e Maria Madalena era a líder da igreja cristã pretendida por Jesus. Foram os discípulos patriarcais e a igreja primitiva que "rebaixaram" Maria, negaram o sagrado feminino e instituíram uma caricatura patriarcal da intenção de Jesus para o cristianismo.
Nem a imaginação de Dan Brown nem o sagrado feminino têm qualquer base na Bíblia. Jesus escolheu 12 discípulos do sexo masculino, o que dificilmente seria a atitude de um homem que estivesse buscando estabelecer o sagrado feminino. O Novo Testamento está repleto de exemplos de liderança masculina na igreja (1 Timóteo 2:11-14). O cristianismo bíblico elevou as mulheres à igualdade e à unidade no Corpo de Cristo (Gálatas 3:28), ao mesmo tempo em que mantém uma distinção de papéis. Sim, a mulher recebe glória por meio do parto (1 Timóteo 2:15), mas o papel e o valor das mulheres não são mais (ou menos) sagrados do que os dos homens. O "sagrado feminino" não é sagrado, nem representa com precisão o que a Bíblia descreve como a verdadeira feminilidade.