Pergunta
O que significa shabat?
Resposta
Shabat é a palavra hebraica original para a nossa palavra portuguesa sábado. Ela vem da raiz Shin-Beit-Tav e significa "cessar, terminar, descansar". A palavra é invariavelmente associada ao sétimo dia após os seis dias da criação, e é assim que a vemos usada no Antigo Testamento.
O Shabat é o dia sagrado mais importante do calendário judaico, embora seja celebrado todas as semanas pelos judeus praticantes e alguns outros, e não apenas uma vez por ano. Deus colocou grande ênfase no sábado, pois ele é mencionado inúmeras vezes nas Escrituras, como em Êxodo 20:8–9 – “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás o teu trabalho” (veja também Êxodo 23:12 e Levítico 26:2). O Shabat era tão importante que Deus impôs a pena de morte àqueles que se recusassem a observá-lo (Êxodo 31:15).
Dois temas regem o Shabat: lembrar e observar. É uma comemoração da criação do universo por Deus em seis dias (Êxodo 20:8-11) e da libertação do cativeiro egípcio (Deuteronômio 5:15). Portanto, o observador judeu também se lembra de que a liberdade vem quando se segue a Deus.
Muitas pessoas que não observam o Shabat o associam apenas à interrupção do trabalho. Mas, para o judeu observante, ele tem mais significado do que isso. O Shabat é um momento para parar de trabalhar, mas o trabalho cessa para que o devoto possa se concentrar apenas nos aspectos espirituais da vida.
A lei judaica proíbe qualquer forma de melakhah ("trabalho" ou "atividade deliberada") no Shabat, com algumas exceções. Todas as atividades que contribuam para o lucro ou ganho pessoal são proibidas. A tradição rabínica judaica lista 39 categorias de atos proibidos no Shabat: arar a terra, semear, colher, amarrar feixes, debulhar, peneirar, selecionar, moer, peneirar, amassar, assar, tosquiar lã, lavar lã, bater lã, tingir lã, fiar, tecer, fazer duas voltas, tecer dois fios, separar dois fios, amarrar, desamarrar, costurar pontos, rasgar, prender, abater, esfolar, curtir, raspar couro, marcar couro, cortar couro para dar forma, escrever duas ou mais letras, apagar duas ou mais letras, construir, demolir, apagar um fogo, acender um fogo, dar o toque final em um objeto e transportar um objeto (entre domínios privados e públicos, ou mais de quatro cúbitos dentro do domínio público).
O Shabat, como todos os dias judaicos, começa e termina ao pôr do sol (nesse caso, do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado), embora haja algumas variações em sua observância que podem alterar o momento de sua transição para o primeiro dia da semana. Com o trabalho fora do caminho, a observância do Shabat não é prejudicada. Primeiro, as mulheres da casa acendem duas velas de Shabat, que representam zakhor ("lembrar") e shamor ("observar"). Em seguida, uma bênção é recitada no máximo dezoito minutos antes do pôr do sol. Esse ritual significa o início do Shabat.
A família assiste a um breve culto noturno. Em seguida, voltam para casa e desfrutam de um jantar festivo e descontraído. O pai recita o Kiddush, uma oração que santifica o Shabat. Em seguida, a família normalmente come um ensopado de cozimento lento que é mantido quente sem o uso de uma fonte de calor, pois é proibido acender o fogo no Shabat. Após o jantar, o pai recita uma birkat ha-mazon ("graça após as refeições").
O sábado traz outro serviço, refeição e estudo pessoal da Torá. Para a maioria das pessoas, o Shabat termina ao anoitecer, quando três estrelas são visíveis. A família então recita a Havdalah, uma série de bênçãos que separa o Shabat do resto dos dias da semana.
Muitos se perguntam por que os cristãos não observam o sábado de forma semelhante, uma vez que Deus deu tanta ênfase a ele no Antigo Testamento. Bons cristãos têm debatido essa questão por muitos anos, mas as Escrituras resolvem o assunto de forma simples e eficaz: "Uma pessoa considera um dia mais importante do que outro, mas outra julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua mente" (Romanos 14:5).
Ora, esse versículo não proíbe a guarda do sábado. No entanto, ele relega sua observância à consciência do indivíduo. Quer um cristão se sinta ou não compelido a observar o sábado, isso deve ser feito com fé e "como ao Senhor" (Romanos 14:8). A observância do sábado não deve causar divisão entre os fiéis.
Colossenses 2:16 diz: "Assim, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados." Aqui, "dia de sábado" se refere a qualquer feriado judaico, inclusive o sétimo dia da semana. O ponto principal para o cristão é que não estamos mais sob as exigências da lei hebraica. Estamos sob a lei da graça. A lei de Deus está agora escrita em nosso coração, e somos agora uma nova criação.
Romanos 3:21-25 declara: "Mas agora a justiça de Deus se manifestou, sem a lei, atestada pela Lei e pelos Profetas; isto é, a justiça de Deus por meio da fé em Jesus Cristo para todos os que creem; pois não há distinção. Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus ofereceu como sacrifício propiciatório, por meio da fé, pelo seu sangue, para demonstração da sua justiça. Na sua paciência, Deus deixou de punir os pecados anteriormente cometidos."
A liberdade que temos agora por meio da fé em Jesus Cristo nos permite descansar ou adorar o Senhor em qualquer dia que desejarmos, desde que não estejamos julgando nossos irmãos nessa questão ou usando nossa observância de um dia específico como um meio de obter justiça ou garantir a salvação. Sem dúvida, a observância do Shabat pode ser uma honra para Deus e benéfica para Seus filhos, mas não é uma exigência para aqueles que estão em Cristo.
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