Pergunta
Qual é o significado do termo cristão?
Resposta
Os seguidores de Jesus Cristo foram inicialmente chamados de “cristãos” pelos gentios da Antioquia da Síria, e o nome era mais do que provavelmente um insulto (veja Atos 11:26).
No Novo Testamento, os crentes nunca se referem a si mesmos como “cristãos”; em vez disso, usam termos como irmãos (Atos 15:1; 1 Coríntios 16:20), discípulos (Atos 11:26; 14:24) e santos (Atos 9:13; 2 Coríntios 13:13). Antes da sua conversão, Saulo de Tarso procurou aqueles “que eram do Caminho” (Atos 9:2), indicando que um rótulo inicial para os cristãos poderia ter sido “povo do Caminho” (veja também Atos 19:9; 24:22).
Os crentes em Cristo passaram a ser chamados de “cristãos” durante um período de rápida expansão na igreja. A perseguição forçou muitos crentes a saírem de Jerusalém, fazendo com que se espalhassem por várias áreas e levassem consigo o evangelho. O evangelismo foi inicialmente limitado às populações judaicas. Isso mudou quando “alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor” (Atos 11:20-21). Barnabé estava em Antioquia, assim como o recém-convertido Saulo, e ambos ensinavam na igreja. “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11:26).
Na época em que os crentes receberam a denominação de cristãos, era comum os gregos darem apelidos satíricos a determinados grupos. Assim, aqueles leais ao general romano Pompeu foram apelidados de “pompeianos”, e os seguidores do general Sula foram chamados de “sulanos”. Aqueles que elogiaram pública e entusiasticamente o imperador Nero Augusto receberam o nome de agostinianos, que significa “do partido de Augusto”. Para os gregos, era tudo um divertido jogo de palavras e um gesto verbal de desprezo. Então um novo grupo surgiu em Antioquia; uma vez que eram caracterizados por comportamento e fala centrados em Cristo, os gregos os chamavam de “cristãos”, ou seja, “do partido de Cristo”.
Nas primeiras décadas após a ressurreição, a palavra Cristo pouco significava para a população em geral. De fato, algumas fontes antigas se referem aos crentes como “Crestãos” e relatam que sua figura-chave era “Cresto”, refletindo um conhecimento limitado da fé real. Isso torna ainda mais provável que a palavra cristão tenha sido remendada por aqueles que não estavam envolvidos no cristianismo.
Os judeus incrédulos daquela época não se refeririam aos crentes como “cristãos”, visto que Cristo significa “Messias” e se refere ao Filho de Davi. Cristo era exatamente o que não acreditavam que Jesus fosse; tal termo não teria sido usado pelos judeus até que se tornasse uma palavra independente e estabelecida. No livro de Atos, vemos os judeus incrédulos referindo-se aos cristãos como aqueles “da seita dos nazarenos” (Atos 24:5)—Nazaré sendo uma cidade de baixa reputação na mente da maioria dos israelitas (veja João 1:46).
Tanto a Bíblia quanto a história sugerem que o termo cristão provavelmente foi concebido como um insulto zombeteiro quando cunhado pela primeira vez. Na verdade, Pedro diz a seus leitores para não ficarem “envergonhados” se forem chamados por esse termo (1 Pedro 4:16). Da mesma forma, quando Herodes Agripa rejeita o apelo de Paulo para ser salvo, ele diz: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” e ele provavelmente estava se utilizando da reputação negativa desse termo (Atos 26:28). Por que ele, um rei, se submeteria à indignidade de ser chamado de “cristão”?
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