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Pergunta

Quais são os diferentes festivais judaicos na Bíblia?

Resposta


Sete festas ou festivais judaicos são mencionados na Bíblia. Embora sejam mencionados por todas as Escrituras, encontramos instruções para todos os sete em Levítico 23. Levítico 23:2 refere-se às sete festas judaicas, que são literalmente "tempos designados" e também chamadas de "santas convocações". Eram dias designados e ordenados por Deus para serem celebrados em honra de Seu nome. Esses momentos de celebração são importantes não apenas para Israel, mas também para a mensagem geral da Bíblia, porque cada um prenuncia ou simboliza um aspecto da vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo.

O livro de Levítico contém as instruções de Deus para a Sua nação escolhida, Israel, sobre como deveriam adorá-lo. Ele contém instruções detalhadas sobre os deveres dos sacerdotes, bem como instruções sobre a observância e obediência à Lei de Deus e ao sistema sacrificial. Deus designou sete festivais específicos que Israel deveria celebrar a cada ano. Cada uma dessas festas judaicas é significativa não apenas em termos da provisão do Senhor para o Seu povo, mas também em termos de prenúncio da vinda do Messias e Sua obra de redenção de pessoas de todas as tribos, línguas e nações. Embora os cristãos não sejam mais obrigados a observar nenhuma das festas do Antigo Testamento (Colossenses 2:16), devemos entender o seu significado e importância.

Normalmente, os feriados começavam e terminavam com um "descanso sabático" e os judeus eram ordenados a não fazer nenhum trabalho habitual nesses dias. Tanto o sábado semanal normal quanto os sábados especiais que deveriam ser observados como parte dos feriados judaicos nos apontam para o descanso máximo do sábado, encontrado apenas em Jesus Cristo. É um descanso que os cristãos experimentam por meio da fé na obra consumada de Cristo na cruz.

Começando na primavera, as sete festas judaicas são a Páscoa, a Festa dos Pães Asmos, a Festa das Primícias, a Festa das Semanas, a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos. Os feriados judaicos estão intimamente relacionados às colheitas de primavera e outono e às estações agrícolas de Israel. Eles foram feitos para lembrar os israelitas a cada ano da contínua proteção e provisão de Deus. No entanto, ainda mais importante, prenunciavam a obra redentora de Jesus Cristo. Não apenas desempenharam um papel importante no ministério terreno de Cristo, mas também simbolizam toda a história redentora de Cristo, começando com a Sua morte na cruz como o Cordeiro Pascal e terminando com a Sua Segunda Vinda, onde Ele "habitará" ou morará com o Seu povo para sempre.

Abaixo está um breve resumo do significado espiritual de cada um dos sete festivais ou feriados judaicos. É importante notar que os três primeiros ocorrem um após o outro, quase simultaneamente. A Festa dos Pães Asmos começa no mesmo dia após a celebração da Páscoa. Então, no segundo dia da Festa dos Pães Asmos, começa a Festa das Primícias.

A Páscoa nos lembra a redenção do pecado. Foi o momento em que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, foi oferecido como sacrifício expiatório pelos nossos pecados. É nessa base que Deus pode justificar o pecador ímpio. Assim como o sangue de um cordeiro aspergido nas ombreiras das casas judaicas fez com que o Espírito do Senhor passasse por essas casas durante a última praga no Egito (Êxodo 12), da mesma forma aqueles que são cobertos pelo sangue do Cordeiro escaparão da morte espiritual e do julgamento que Deus imporá a todos os que o rejeitarem. De todos os feriados judaicos, a Páscoa é o mais importante porque a Ceia do Senhor era uma refeição pascal (Mateus 26:17-27). Ao passar os elementos e dizer aos discípulos que comessem de Seu corpo, Jesus se apresentou como o último Cordeiro pascal.

A Festa dos Pães Asmos era celebrada imediatamente após a Páscoa e durava uma semana, durante a qual os israelitas não comiam pão levedado, como lembrança de sua pressa em se preparar para o êxodo do Egito. No Novo Testamento, o fermento é frequentemente associado ao mal (1 Coríntios 5:6-8; Gálatas 5:9) e, assim como Israel deveria remover o fermento de seu pão, os cristãos devem remover o mal de suas vidas e viver uma nova vida em santidade e justiça. Cristo, como o nosso Cordeiro pascal, nos purifica do pecado e do mal, e por Seu poder e pelo poder da habitação do Espírito Santo, somos libertos do pecado para deixar nossas vidas anteriores para trás, assim como os israelitas fizeram.

A Festa das Primícias era celebrada no início da colheita e significava a gratidão de Israel e sua dependência de Deus. De acordo com Levítico 23:9-14, um israelita traria um feixe do primeiro grão da colheita ao sacerdote, que o acenaria diante do Senhor como oferta. Deuteronômio 26:1-11 diz que quando os israelitas trouxeram os primeiros grãos de sua colheita perante o sacerdote, eles deveriam reconhecer que Deus os havia libertado do Egito e lhes dado a Terra Prometida. Isso nos lembra da ressurreição de Cristo, já que Ele foi "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15:20). Assim como Cristo foi o primeiro a ressuscitar dos mortos e receber um corpo glorificado, todos os que nasceram de novo o seguirão, ressuscitando para herdar um "corpo incorruptível" (1 Coríntios 15:35-49).

A Festa das Semanas (Pentecostes) era realizada 50 dias após a Festa das Primícias e celebrava o fim da colheita de grãos (a palavra grega Pentecostes significa "quinquagésimo"). O principal objetivo do feriado era a gratidão a Deus pela colheita. Esta festa nos lembra do cumprimento da promessa de Jesus de enviar "outro Consolador" (João 14:16) que habitaria nos crentes e os treinaria para o ministério. A vinda do Espírito Santo 50 dias após a ressurreição de Jesus foi a garantia (Efésios 1:13-14) de que a promessa de salvação e futura ressurreição seria cumprida. A presença do Espírito Santo em cada crente nascido de novo é o que nos sela em Cristo e testifica com nosso espírito que somos verdadeiramente "co-herdeiros com Cristo" (Romanos 8:16-17).

Depois que os festivais da primavera terminam com a Festa das Semanas, há um período de tempo antes do início dos festivais de outono. Este tempo simboliza espiritualmente a era da igreja em que vivemos hoje. O sacrifício e a ressurreição de Cristo já passaram, recebemos o Espírito Santo prometido e agora aguardamos a Sua segunda vinda. Assim como os festivais da primavera apontavam para o ministério do Messias em Sua primeira vinda, os festivais de outono apontavam para o que aconteceria em Sua segunda vinda.

A Festa das Trombetas seria celebrada no primeiro dia do sétimo mês e seria um "dia de sonido de trombetas" (Números 29:1) para comemorar o fim do ano agrícola e festivo. O soar das trombetas era para indicar a Israel que eles estavam entrando em um período sagrado. O ano agrícola estava chegando ao fim; haveria um ajuste de contas pelos pecados do povo no Dia da Expiação. A Festa das Trombetas significa a segunda vinda de Cristo. Vemos trombetas associadas à Segunda Vinda em versículos como 1 Tessalonicenses 4:16: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." Claro, o soar da trombeta também indica o derramamento da ira de Deus sobre a terra no livro de Apocalipse. Certamente, esta festa aponta para o próximo Dia do Senhor.

O Dia da Expiação ocorre apenas dez dias após a Festa das Trombetas. O Dia da Expiação era o dia em que o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos a cada ano para fazer uma oferta pelos pecados de Israel. Esta festa simboliza o momento em que Deus olhará novamente para a nação de Israel depois "que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo" (Romanos 11:25-26). O remanescente judeu que sobreviver à Grande Tribulação reconhecerá Jesus como o seu Messias quando Deus os libertar de sua cegueira espiritual e chegar à fé em Cristo.

A Festa dos Tabernáculos é a sétima e última festa do Senhor e acontecia cinco dias após o Dia da Expiação. Durante sete dias, os israelitas faziam oferendas ao Senhor e, durante esse tempo, viviam em tendas feitas de ramos de palmeira. Viver nas tendas lembrava a peregrinação dos israelitas antes de tomarem a terra de Canaã (Levítico 23:43). Esta festa significa o tempo futuro quando Cristo governar e reinar na terra. Pelo resto da eternidade, pessoas de todas as tribos, línguas e nações irão “habitar” ou morar com Cristo na Nova Jerusalém (Apocalipse 21:9-27).

Enquanto as quatro festas da primavera nos lembram do que Cristo realizou em Sua primeira vinda, as três festas do outono nos apontam para a glória de Sua segunda vinda. A primeira é a fonte de nossa esperança em Cristo – Sua obra consumada de expiação pelo pecado – e a segunda é a promessa do que está por vir – a eternidade com Cristo. Compreender o significado dessas festas judaicas designadas por Deus nos ajuda a ver e entender melhor o quadro completo e o plano de redenção encontrados nas Escrituras.

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